Médico da Chapecoense acredita que Rafael e Alan Ruschel devem receber alta nos próximos dias

O médico Carlos Mendonça, ortopedista da Chapecoense que acompanhou Alan Ruschel e Rafael Henzel desde Medellín até a chegada em Chapecó, acredita que dentro de poucos dias dois dos seis sobreviventes do acidente com o voo 2933 da LaMia devem receber alta do Hospital da Unimed e retornarem para suas casas.
Mendonça também espera que na quinta-feira o zagueiro Neto já possa retornar ao Brasil. Neto será internado na mesma unidade hospitalar em que estão o jogador Ruschel e o jornalista Henzel. Bastante aliviado com o sucesso do voo, mas cansado pelas últimas duas semanas de trabalho intenso em solo colombiano, Mendonça disse que a viagem foi cansativa, mas feliz.
Sobre Rafael, ele afirma que apesar do traumatismo torácico e de uma pneumonia, ele está em evolução do quadro clínico. Ele está isolado, e conversou boa parte da viagem entre Medellín e Chapecó.
— Ele também tem algumas fraturas no pé. O Alan Ruschel sofreu uma luxação na coluna torácica, mas foi muito bem operado por um neurocirurgião da Colômbia. Também tem uma infecção urinária que está controlada. Vai continuar com o tratamento aqui.
Aparentemente é só isso – explicou Mendonça, para dizer que a alta hospitalar deles vai depender das respostas aos tratamentos, mas que não deve levar mais de alguns dias, pois eles estão respondendo muito bem ao tratamento.
Mendonça considera surpreendente a evolução do quadro clínico dos quatro brasileiros que sobreviveram à tragédia. A situação deles era muito ruim, afirmou. Mas a excelência do hospital San Vicente, onde estavam internados, além da equipe médica que os atendeu ser de primeiro nível, possibilitou que os três jogadores da Chapecoense e o jornalista Rafael conseguissem sair de quadros críticos para situações estáveis.
Em relação ao voo, Mendonça conta que foi muito tranquilo, e ambos estavam serenos. Já o zagueiro Neto, quando soube do acidente, contado por Mendonça, chorou muito.
— Ele teve um sonho, antes do jogo que a aeronave tinha caído. Bem emocionante esse relato dele. Ele já havia narrado para a esposa, e quando acordou a primeira vez me contou isso, sem saber que tinha ocorrido. E eu falei para ele que não tinha sido um sonho, que realmente tinha ocorrido. O Neto é uma pessoa muito sensível, e ele sentiu demais a perda dos amigos e colegas. Mas esse sofrimento, choro e sentimento de perda é necessário. Se tudo ocorrer como vem ocorrendo na quinta-feira ele deve vir para o Brasil, para Chapecó, também — concluiu Mendonça, antes de ir embora para descansar antes de mais um dia de muito trabalho nesta quarta-feira.
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Fonte: DIÁRIO CATARINENSE

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