Em meio à instabilidade econômica e às incertezas sobre a retomada, o crescimento do número de pessoas com dívidas em atraso no Rio Grande do Sul é mais um ingrediente a preocupar o comércio gaúcho. O percentual de famílias com contas atrasadas em junho deste ano cresceu para 27,8%. No mesmo período de 2019, esse índice era de 22,1%, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic-RS), divulgada pela Fecomércio-RS.
O levantamento também mostra piora no nível de persistência da situação de inadimplência. A fatia de famílias no grupo das que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias quase dobrou, crescendo de 8%, em junho do ano passado, para 14,2% em junho de 2020.
Esses dois indicadores apresentam elevação desde abril. O percentual de endividamento – que também leva em conta as dívidas que estão sendo pagas — apresentou queda na comparação dos períodos.
Economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo avalia que esses resultados negativos são reflexos diretos da perda de emprego formal no Estado nos últimos meses, o que condiciona as famílias a priorizarem suas contas atuais em detrimento aos compromissos antigos. Patrícia destaca que eventual reversão do atraso de dívidas depende diretamente do restabelecimento da situação econômica e dos postos de trabalho, o que costuma levar tempo.
Fonte: GaúchaZH