O Ministério Público Eleitoral ingressou com ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder econômico por parte da chapa composta por Nilton Debastiani e Reinaldo Nicola, ambos do PDT, e que foi vencedora das eleições majoritárias de 2020 no município de Sarandi. Outras duas pessoas também são investigadas.
O Ministério Público Eleitoral afirma que uma facção criminosa com base no Vale do Sinos teria atuado em favor dos políticos nas eleições municipais de 2020.
Na ação de investigação judicial eleitoral, o MP afirma que Reinaldo Nicola valeu-se de amplo apoio de integrantes da facção criminosa e do tráfico de drogas na campanha eleitoral.
Segundo provas obtidas e constantes na ação movida pelo MP a vinculação de membros faccionistas com o pleito eleitoral começou a se demonstrar no mês de outubro quando integrantes do grupo criminoso realizavam atividades que se assemelham a seguranças do partido.
Ainda de acordo com a investigação do Ministério Público, percebe-se que os representados abusaram do poder econômico e que o PDT especificamente do município de Sarandi, uniu-se a integrantes de facção criminosa conhecidamente voltada o tráfico de drogas, valendo-se deles com o evidente objetivo de afetar a normalidade e legitimidade do pleito, obtendo proveito eleitoral.
Ação do Ministério Público narra ainda que não se verificou campanha legítima, dada a participação e envolvimento das pessoas a ela ligada ao odioso comércio e as organizações proscritas inclusive com emprego de armas de fogo e atemorização coletiva.
Diante das evidências encontradas, o Ministério Público entendeu necessário desencadear a investigação judicial eleitoral visando apurar cabalmente os fatos e aplicar aos envolvidos as sanções correspondentes, ou seja, a inelegibilidade para esta e para as eleições a se realizarem nos próximos oito anos e a cassação do diploma dos eleitos.
A justiça de Sarandi recebeu a investigação inicial do Ministério Público, com pedido de abertura de processo e mandou citar os quatro réus para apresentação de defesa prévia.
A reportagem da Uirapuru não conseguiu contato com os envolvidos, mas desde já deixa aberto o espaço para suas manifestações sobre o assunto.