A Guerra no Afeganistão foi o conflito encabeçado pelos Estados Unidos no Oriente Médio após os atentados do 11 de setembro nos Estados Unidos. Após quase duas décadas de disputas, os EUA anunciaram a retirada das tropas do país e o grupo extremista islâmico Talibã retomou o poder em Cabul, capital do país, neste domingo (15).
No dia 11 de setembro de 2001, uma série de ataques perpetrados em solo americano mataram quase 3 mil pessoas. Aviões foram sequestrados e lançados contra o World Trade Center em Nova York — as chamadas Torres Gêmeas — e o prédio do Pentágono na Virgínia. Uma quarta aeronave caiu em um campo na Pensilvânia.
Osama Bin Laden, chefe do grupo terrorista islâmico Al-Qaeda, foi rapidamente identificado como responsável pelos atentados. Os talibãs, radicais islâmicos que governavam o Afeganistão e protegiam Bin Laden, se recusaram a entregá-lo. Assim, um mês após o 11 de setembro, os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra país com o objetivo de derrotar os dois grupos.
Conforme a especialista em direito internacional, a professora Dra. Patrícia Grazziotin Noschang, dois meses após o início da ofensiva, o regime do Talibã entrou em colapso, e seus combatentes fugiram para o Paquistão. Isso não significou, entretanto, o fim do grupo. Com o tempo, sua influência voltou a crescer e, em paralelo, os militantes passaram a lucrar centenas de milhões de dólares por ano com negócios que iam do comércio de drogas à mineração.
De acordo com Patrícia, os conflitos no Afeganistão devem gerar uma crise imigratória sem precedentes. Basta ver as imagens de desespero que vem do país. Afegãos tentam de todas as maneiras deixar o país e imagens de pessoas penduradas em aviões, pontes e muita correria são registradas e rodam o mundo. Essas pessoas que buscam deixar o Afeganistão devem entrar em outros países do mundo na forma de refugiados, causando um impacto na economia desses países, que não podem negar a recepção desses refugiados.
A especialista explica que o Talibã assumindo o poder do Afeganistão acaba causando muitos riscos para as pessoas. O grupo é extremista e não tolera direitos para as mulheres e obriga a população a trabalhar para eles, na maioria das vezes sem remuneração. Além disso, a maioria da população trabalhava para os Estados Unidos e ficando no território, agora dominado pelo inimigo, gera um risco de vida muito grande.
