Após o forte temporal que atingiu Guaíba nessa segunda-feira, o município, que decretou situação de emergência, concentra os esforços em atender a população afetada pelas fortes chuvas. De acordo com o Diretor de Governança da prefeitura local, Luís Maffini, os estragos ocorreram principalmente nos bairros Cohab e Santa Rita, que juntos têm cerca de 20 mil moradores. “É uma situação de terror, parece uma guerra. Nós nunca tínhamos passado por uma situação dessas”, ressalta.
Nestes dois barros, segundo Maffini, foram instalados QGs para ajudar a população. De acordo com a prefeitura, já foram atendidas 3 mil solicitações de moradores precisando de lonas para conterem de forma emergencial os destelhamentos de suas casas. “Muita gente acaba não chegando até a gente porque as próprias pessoas vão se ajudando em comunidade”, diz o diretor de Governança.
De acordo com ele, anteriormente havia sido montado um comitê de crise na cidade para atender emergências meteorológicas como a dessa segunda, o que facilitou a prefeitura a montar ações de enfrentamento aos danos ocasionados pela chuva. “Quando nós vimos que era forte (o temporal), todo mundo já sabia o que fazer”, enfatiza.
Guaíba, conforme o diretor, segue bastante mobilizada nesta terça-feira, com diferentes frentes de atendimento pós-temporal. “Nós tivemos muitas quedas de árvores. Temos 150 homens fazendo força-tarefa para retirada delas. O Corpo de Bombeiros está realizando vistorias nas casas para avaliar se os moradores precisam ou não de alojamento”. Além disso, foi montada uma estrutura na prefeitura da cidade para doações à população afetada. “Precisamos principalmente de colchão, roupas de cama, roupas e calçados e de produtos de higiene e limpeza”, explica.
De acordo com a prefeitura de Guaíba, não há até o momento registros de pessoas que tenham sido feridas pelos estragos do temporal. Em passagem pela cidade nesta terça-feira, o repórter Guilherme Kepler da Rádio Guaíba pôde ver que é grande o movimento de moradores indo a madeireiras e ferragens para compra de telhas ou lonas para suas residências.
A violência do vento chegou a provocar o tombamento de caminhões na BR-116 e estraçalhou vidros de casas e prédios. Todos os postes de luz do bairro Santa Rita caíram, sendo que um deles desabou sobre a pista em diversos pedaços, quebrado, obstruindo parcialmente a via. Uma casa na Av. Doutor Nei Brito teve um cômodo completamente destruído. “Foi questão de menos de cinco minutos”, lamentou nessa segunda a moradora, Natália Beatriz. Segundo Maffini, há dois casos emblemáticos de estragos em Guaíba. Um é a quase completa destruição de uma igreja Betel e o destelhamento total da Escola de Ensino Fundamental Carmen Alice, a Ciepe.
Tipo de fenômeno que atingiu Guaíba
A administração de Guaíba suspeita que tenha ocorrido na cidade um tornado. A Metsul Meteorologia, no entanto, destaca que uma análise preliminar não indica o fenômeno no município. “O temporal que atingiu o município de Guaíba está, seguramente, entre os mais intensos que já atingiu a cidade. A ferocidade do vento e a gravidade dos anos observados que chocam o observador, por óbvio, leva muitas pessoas a suspeitarem de tornado. Tornado é um fenômeno que atravessa uma faixa limitada de terreno, deixando um rastro de destruição numa espécie de linha (irregular) por onde passa. Os danos observados na cidade de Guaíba ocorreram numa zona muito ampla em que os danos estão dispersos por muitos pontos”, esclarece.