A comunidade de Passo Fundo acompanhou chocada no último final de semana o desfecho trágico envolvendo o desaparecimento do ex-policial militar, Lorivan Antônio de Mattos, de 55 anos e do construtor Rodrigo Flávio Domingues. O caso, inicialmente relatado por Rodrigo supostamente em uma mensagem para o filho, como assalto, se mostrou um homicídio praticado por ele contra o ex-policial. Na versão trazida á tona pelo advogado de Rodrigo, ele e a vítima tiveram um desentendimento em uma chácara no interior de Ibirapuitã, onde foram limpar um terreno de Lorivan que seria vendido. Em dado momento eles entraram em confronto e Lorivan foi morto.
O corpo foi localizado dias depois, em local apontado por Rodrigo, no interior de Pontão, após confissão do crime. Hoje o autor responde em liberdade, enquanto a Polícia Civil ainda trabalha para concluir o inquérito. O corpo de Lorivan foi enterrado sob forte comoção na última segunda-feira, com a presença de muitos policiais da Brigada Militar, onde ele atuou durante boa parte da vida. Passado este momento de dor, mas ainda com a consternação da perda, a Uirapuru conversou ao vivo com a nora de Lorivan, Jaqueline Pieri.
Representando a família do militar, ela veio à publico inicialmente para agradecer a todos e em especial aos policiais da Brigada Militar. Isso porque, quando foi informado o desaparecimento de Lorivan, os policiais não mediram esforços para tentar localizar o mesmo. Eles viraram a noite no mato, abaixo de chuva, sem parar, procurando o mesmo. Jaqueline disse que os 5 dias de desaparecimento foi uma tortura para todos, que terminou de maneira muito ruim, mas que foi aplacado pelo apoio da família Brigada Militar e também da Polícia Civil de Carazinho e Victor Graeff, que trataram toda a situação de forma humana.
Jaqueline também falou um pouco sobre o sentimento da família agora que os fatos encerraram de maneira trágica. Explicou que a relação de Lorivan com Rodrigo era de proximidade e os dois almoçavam, pescavam e faziam atividades juntos. Com isso tudo os familiares estão destruídos. Não estão tristes somente ou revoltados, eles foram destruídos por atos que não podem ser chamados de humanos. Não se trata de dinheiro ou bens materiais que foram tirados, mas sim a vida de Lorivan que era inestimável.
Loriavan era um homem simples, sem grandes sonhos. Ele queria somente ter um lugar no interior, seu carrinho e um espaço para aproveitar a vida de aposentado depois de servir por muitos anos pela segurança da comunidade. A Chácara no interior de Ibirapuitã seria vendida para ele comprar outra, já em vista. Jaqueline finalizou dizendo que Lorivan morreu por um sonho, um sonho simples de ter seu lugar, assar uma carne com a família e ver todos juntos. Hoje o sentimento que fica é apenas para que o responsável ou responsáveis paguem pelo que foi feito.