Chefia de Polícia garante divulgação de operações mesmo sem participação de delegados

Passa a vigorar, a partir desta quarta-feira, o boicote a entrevistas estipulado pela assembleia da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), que conta com aproximadamente 500 associados. A medida ocorre como tentativa de pressionar o governador Eduardo Leite a receber a categoria e negociar reposição salarial. Apesar da decisão, a Chefia de Polícia garante que continuará atendendo a imprensa.

“Vamos continuar nos comunicando institucionalmente”, afirmou o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré. “Respeitamos os colegas e a decisão da Asdep, mas não vamos deixar de divulgar nosso trabalho para a imprensa”. Ainda segundo ele, os detalhes sobre as operações policiais vão ser divulgados através da divisão de comunicação social da corporação, via WhatsApp.

Sodré também destacou que a instituição pretende, na medida do possível, continuar promovendo entrevistas. No entanto, o delegado reconhece que a adesão dos colegas ao protesto pode dificultar o fluxo de informações. “Eventualmente vai ser realizada alguma coletiva, mas lógico que isso vai ficar um pouco mais difícil. Por hora, vamos manter a comunicação institucional”, disse o chefe de Polícia.

O presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek, relembra que a inciativa de suspender entrevistas, estipulada na última sexta-feira, também determina que os associados não devem mais divulgar detalhes de operações e nem o número de prisões, seja para a imprensa ou em redes sociais. De acordo com a decisão, o associado que não cumprir a medida vai estar sujeito a uma comissão de ética, podendo resultar, inclusive, em expulsão da entidade. “Em caso de descumprimento, inicialmente, será feita uma advertência. Depois, poderá ocorrer a suspensão dos direitos associativos. Por último, há a possibilidade de exclusão”, explicou.

Ainda de acordo com Wondracek, a suspensão das entrevistas irá continuar até que o governador receba a associação e encaminhe medidas para o reajuste, como a criação de um cronograma e de um grupo de trabalho. Em um período de três meses, afirmou o delegado, foram enviados três ofícios solicitando uma audiência com o governo, sendo que não houve resposta para nenhum desses.

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