A prisão do influencer e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, deu esperança às vítimas de que o dinheiro que gastaram comprando produtos da loja dele que nunca chegaram pode ser recuperado.
Consultado a respeito do assunto o advogado criminal Mateus Marques entende que o patrimônio de Nego Di pode ser usado pela Justiça para reparar o dano sofrido pelas vítimas.
Nego Di é suspeito de um suposto esquema de estelionato. Em 2022, abriu uma loja com um sócio que vendeu produtos que nunca foram entregues. O prejuízo às vítimas é estimado pelas autoridades policiais em R$ 5 milhões. O parceiro de negócios está foragido.
Na última sexta-feira (12), Nego Di foi alvo de uma operação do Ministério Público (MP) fruto de outra investigação: rifas virtuais ilegais. Na ocasião, bens dele foram apreendidos, como carros de luxo, além de contas bancárias terem sido bloqueadas.
Processo criminal e cível
Para Marques, a justiça criminal “é um pouco mais efetiva” do que a cível, apesar de terem objetivos diferentes. O motivo é que O Código Civil lida principalmente com as consequências jurídicas de ações e acordos privados, como contratos comerciais, disputas de propriedade e responsabilidade civil. Já o Código Penal se concentra nas consequências criminais de ações ilegais, estabelecendo penas para quem viola as leis.
O caso de uma das vítimas do suposto golpe, Brenda Monteiro, de 30 anos, moradora de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, exemplifica isso.
A Justiça deu ganho de causa para ela em um processo cível movido contra Nego Di em 2022. Ela comprou uma televisão pelo site da loja da qual ele era sócio no valor de R$ 2,5 mil, mas nunca recebeu o aparelho. Tentou dialogar com a empresa, que prometeu a entrega, mas, após diversos adiamentos, Brenda decidiu procurar a polícia. Foi quando tomou conhecimento de que havia mais de 300 pessoas como ela. Por fim, procurou uma advogada e entrou com uma ação na Justiça contra ele.
Por: G1