‘GAÚCHOS DÃO GOLPE NO TIGRINHO’; Jogadores burlam sistema de depósito em plataforma de apostas online

As plataformas de apostas online tem se popularizado nos últimos tempos e o debate sobre o vício em jogatina é discutido pelas autoridades que veem aumentar o caso de pessoas que se endividam devido o vício nessas plataformas.

Em Vicente Dutra, município que fica a 458 km de Porto Alegre, na divisa com Santa Catarina, um caso vem chamando a atenção dos moradores e ganhado repercussão na internet. Apostadores teriam encontrado uma forma de burlar o sistema de depósitos nas plataformas por meio do PIX.  O golpe acontece quando o usuário gera um QR code com um valor específico, mas consegue alterar o valor da transação diretamente no aplicativo do banco antes de confirmar o pagamento. Por exemplo, uma pessoa geraria um código para pagar R$ 500, mas ao transferir o valor pelo aplicativo bancário, alteraria o montante para apenas R$ 0,05 ou um valor muito menor. Essa prática, segundo especialistas, pode parecer inofensiva para alguns, mas configura crimes sérios e pode levar a ações judiciais.

De acordo com informações locais, o caso teria acontecido em vários municípios da região, sendo identificado por comerciantes locais, que notaram um aumento nas vendas no comércio, chamando a atenção das autoridades. O mais impressionante foi o caso de uma pessoa que teria gasto mais de R$ 100 mil em uma única loja. Outros relatos indicam que indivíduos utilizaram esse dinheiro para adquirir veículos em Frederico Westphalen e realizar saques de grandes quantias em bancos da região. O mais surpreendente, segundo testemunhas, é que essas pessoas nunca demonstraram possuir tamanha quantia financeira, muito menos salários compatíveis com as transações.

Até o momento não foram identificadas pessoas ligadas ao esquema e nem foram realizadas prisões ou operações, que seguem sob sigilo. Segundo levantamento prévio o esquema teria desviado poderiam ultrapassar a casa dos R$ 15 milhões.

As condutas podem se enquadrar em crimes como furto mediante fraude, inserção de dados falsos em sistema de informação, infrações contra o sistema financeiro nacional e até organização criminosa, dependendo do caso. Na esfera cível, quem se beneficia indevidamente pode ser obrigado a devolver os valores e a indenizar por danos causados. Terceiros que receberam valores sem comprovar a origem também podem ser responsabilizados. E embora bancos possam ser responsabilizados por falhas no sistema, a manipulação consciente por parte do usuário é um fator determinante para a responsabilização individual.

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