Indígenas protestam por melhorias na saúde e mantêm bloqueio parcial na BR-386, em Iraí

Indígenas seguem mobilizados na BR-386, em Iraí, e mantêm o bloqueio parcial da rodovia na altura do km 11, próximo ao antigo “patronato”, nesta quarta-feira, 6 de agosto. A manifestação, que começou na manhã da terça-feira, 5 de agosto, com interrupção total do tráfego nos dois sentidos, que gerou lentidão e formação de filas no trecho.

Segundo os organizadores, o movimento deverá fechar o trânsito  por cerca de uma hora ou uma hora e meia, com liberação de meia hora entre os bloqueios. No horário do meio-dia, a passagem será permitida.

A continuidade da mobilização na quinta-feira dependerá dos desdobramentos em Brasília e do retorno das autoridades à pauta apresentada pelas lideranças indígenas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a movimentação, orienta os motoristas e monitora a situação.

A mobilização faz parte de uma ação estadual por melhorias no atendimento à saúde indígena. Além de Iraí, também foram registrados bloqueios:

na ERS-324, entre Ronda Alta e Três Palmeiras;

na BR-285, entre Lagoa Vermelha e Passo Fundo, no km 258.

Nesses pontos, o trânsito tem sido liberado em intervalos de 30 minutos, como forma de reduzir os impactos aos condutores.

As lideranças indígenas do Polo Base Nonoai, que representa mais de 15% da população do Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul, integram a mobilização. Estão envolvidas comunidades das seguintes Terras Indígenas (TIs): Rio dos Índios (Vicente Dutra), Passo do Índio (Lageado do Bugre), Goj Veso (Iraí), Votouro (Benjamin Constant do Sul), Rio da Várzea (Liberato Salzano), e Aldeia Pinhalzinho – da TI Nonoai (Planalto).

As lideranças reforçam o caráter sociopolítico do movimento, destacando a defesa de direitos e a busca por condições dignas de atenção à saúde indígena. A mobilização é continuidade das reflexões realizadas durante o encontro na Terra Indígena Guarita, em julho de 2025, ocasião em que foi apresentado o Relatório Situacional da Saúde Indígena, já protocolado junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

O documento denuncia uma série de problemas graves, entre eles:

– estruturas físicas comprometidas ou inadequadas nas unidades de atendimento;

– inexistência ou sucateamento de móveis, equipamentos e viaturas;

– desabastecimento crônico de medicamentos essenciais;

– ausência de insumos básicos para saneamento.

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