Erechim: Polícia investiga morte de universitária nonoaiense


A primeira vítima da violência de 2017 no município de Erechim foi sepultada na manhã desta sexta-feira (dia 27/01) no Cemitério Municipal de Nonoai. Carla Bernardo Chagas, 20 anos, não resistiu às complicações provocadas por golpes de arma branca e morreu na manhã de ontem (26) no Hospital Santa Terezinha, após passar por um procedimento cirúrgico durante a madrugada.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias em que a jovem foi esfaqueada por volta das 23h da última quarta-feira (25) no meio da primeira quadra da Rua Goiás, ao lado da Escola Estadual Haidée Tedesco Reali. Após gritar por socorro Carla recebeu ajuda de populares e foi conduzida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros.
De acordo com administração da instituição hospitalar que recebeu Carla, a jovem foi atingida por duas facadas, sendo uma na área do abdômen e outra na região do tórax, próximo ao peito. De acordo com o prontuário médico o segundo ferimento teria sido fatal, por ter atingido vasos sanguíneos vitais ao funcionamento do coração. Após o registro da ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), o corpo foi encaminhado para Instituto Médico Legal (IML), de Passo Fundo. O crime será investigado pela Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Erechim.

Investigação
De acordo com o delegado Rodrigo Dreyer, que responde interinamente pela Defrec, os investigadores já estão apurando o que teria ocorrido com a jovem. “Neste caso não podemos descartar nenhuma possibilidade, nem afirmar se foi realmente um latrocínio. Estamos concentrando todos os nossos esforços para elucidar este crime o mais breve possível”, ressaltou o policial.
Segundo Dreyer a polícia busca informações para traçar o caminho da jovem até o local do crime. “Estamos buscando saber para onde ela estava indo ou vindo, mas sabemos que ela morava em um prédio na avenida, próximo ao local do fato”, destaca. Segundo moradores que auxiliaram no resgate, Carla comentou ter sido vítima de um assalto. A fala motivou o registro de policiais militares, que acompanharam o fato na DPPA. O boletim registrado como crime de roubo, narra o fato e o desaparecimento de celular que pertencia à vítima.

Local do crime é considerado perigoso
Na tarde de ontem (26) a reportagem do Jornal Bom Dia, retornou ao local do crime. Naquele momento a Polícia Civil fazia um levantamento da área e buscava imagens de câmeras de segurança dos prédios e residências para tentar identificar elementos suspeitos pela morte
A rua em que a jovem foi atacada fica a menos de 20 metros do prédio em que ela residia desde 2014 na companhia da mãe e de uma irmã mais velha. As marcas do crime não ficaram registradas na calçada que é tomada por árvores. Com medo, ou não buscando envolvimento com o fato, muitos moradores da região preferem não comentar sobre o crime. Uma moradora que pediu para ter seu nome e imagem preservadas, lembrou que o lugar é perigoso e preferido por furtadores de veículos. Ela lembrou que nos últimos dias observou a presença de um homem de cabelo amarrado mostrando uma adaga dentro de uma mochila na Praça Jaime Lago, que fica próxima ao local do crime. “Era como uma faca pequena, não deu para ver a cor, mas fiquei com medo por que aqui é muito perigoso”, pontuou a moradora.
Sobre vítima
A notícia da morte de Carla logo se espalhou pelas redes sociais. Amigos e parentes se uniram em torno de gestos de solidariedade na tentativa de confortar a família. Todos descreviam Carla como uma pessoa “inteligente, querida e companheira”. Segundo familiares a vítima conhecia Erechim desde criança, mas foi em 2014, que escolheu a cidade para morar juntamente com a mãe e a irmã mais velha que já residia em Erechim, logo após passar no vestibular do curso de Farmácia da URI. Conforme familiares, Carla não tinha namorado, afastando assim a possibilidade de crime passional.
De acordo com a prima, Silvia Chagas Rios, a jovem era uma menina sonhadora e muito aplicada nos estudos. “Faltavam apenas dois anos para acabar a faculdade de Farmácia. Lembro que ela adorava seus gatos de estimação, era o dengo da casa da mãe, irmã e pai”, ressaltou. Como todas as jovens de 20 anos a prima comenta que Carla adorava festas, estava sempre conectada e que adorava a família, principalmente os que ficaram em sua terra Natal a cidade de Nonoai. “Ela sonhava em terminar a faculdade ser independente e continuar navegando nos estudos”, comentou a parente.
Sobre o crime a prima informou que a mãe e irmã comentaram que por volta das 21h a vítima teria saído de casa e ido até a casa de uma amiga localizada na mesma rua do crime. “Possivelmente ela estava voltando para casa”, pontuou.
Silvia que trabalha como técnica de enfermagem na equipe do SAMU em Nonoai, comentou que apesar de acompanhar seguidamente tragédias, esta é uma situação muito triste. “Não caiu a ficha ainda, mesmo sendo socorrista e acostumada a ver tanta tragédia, na casa dos outros é uma coisa agora com a gente é indescritível. Sei que todos estão engajados em solucionar esse caso e eu espero que consigam”, finalizou a familiar.
Até o fechamento desta edição a Polícia Civil não tinha novidades sobre o caso.

Fonte: Leandro Zanotto leandroz@jornalbomdia.com.br

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