Um procedimento que utiliza uma tecnologia mundialmente inovadora está sendo desenvolvido em Chapecó, no oeste catarinense. Trata-se do uso da prototipagem 3D na realização da prótese reversa do ombro. A boa notícia é que, para isso, não é preciso usar o membro original como molde, basta fazer as medições corretas para determinar as dimensões. O restante é feito por meio de um software que transforma uma tomografia computadorizada 2D em uma modelagem 3D, o que permite reproduzir cada detalhe do osso e imprimir o tamanho natural do ombro.
O médico ortopedista cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Leandro de Albuquerque Schulhan, explica que com esse método, é possível programar a prótese antes da cirurgia (e realizar a cirurgia antes no modelo 3D). “Temos o tamanho original da estrutura e conseguimos entender melhor a patologia, visando mais preparo para o procedimento, evitando surpresas”, enfatiza.
A técnica foi aplicada recentemente em uma paciente de 78 anos que não possuía mais o tendão (manguito rotador). “A partir da imagem separamos as peças anatômicas que precisávamos usar e, em seguida, fizemos a impressão em 3D”, salienta Dr. Schulhan.
O médico explica que essa prótese muda a biomecânica do ombro e dá a função aos pacientes que têm artrose e já não possuem o tendão responsável pelo movimento do ombro. “A indicação é restrita, mas os pacientes se beneficiam muito. No Estado são pouquíssimas próteses, porém, o uso está se popularizando, pois estão aumentando as indicações cirúrgicas”.
O resultado da cirurgia para colocação de prótese é bom desde que a indicação seja correta para pacientes que geralmente não têm função alguma do ombro. “Entre os benefícios estão a melhora da dor e a recuperação dos movimentos como levantar o braço, colocá-lo em cima da cabeça, entre outros. A recomendação precisa é para artrose, porém hoje está expandindo para pacientes que têm lesão irreparável do manguito, mas não possuem esta doença. A indicação do procedimento também é restrita aos idosos porque a prótese têm um tempo de vida útil”, expõe o médico.
No Brasil, a cirurgia para aplicação desse tipo de prótese foi liberada em 2009. No entanto, a prótese com prototipagem em 3D é uma novidade recente no mundo.
Artrose
Artrose é o desgaste da cartilagem e está relacionada com a idade. Na articulação existem dois ossos revestidos por cartilagem. “A partir do momento em que vamos lesionando a cartilagem, o osso fica exposto e, com isso, há perda do espaço articular, fazendo como que haja contato osso com o osso, o que é bem doloroso. Além da dor vem a limitação de movimento”, explica Dr. Schulhan.
O tratamento nas grandes articulações exige prótese (joelho, quadril e ombro). Hoje as artroses mais comuns do ombro são as secundárias às lesões do manguito rotador, que é formado por um conjunto de quatro tendões principais do ombro. “O grande problema é que não se pode fazer uma prótese total de ombro nos pacientes que não têm manguito, pois com o tempo se soltariam. Essa prótese nova que é a reversa, foi desenhada especialmente para quem não tem manguito rotador”, destaca o médico.
O médico ortopedista cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Leandro de Albuquerque Schulhan, explica que com a tecnologia, é possível programar a prótese antes da cirurgia
Prototipagem 3D com o componente da glenoide implantado
Radiografia pós-operatória com a prótese reversa
Fonte:
MARCOS A. BEDIN
Registro de jornalista profissional MTE SC-00085-JP
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MB Comunicação Empresarial/Organizacional