Viamão, na Região Metropolitana, vive uma epidemia de dengue como nunca vista antes, com 2.052 casos confirmados até esta terça-feira, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), além de duas mortes, conforme a Prefeitura. No Painel de Casos de Dengue estadual, ainda havia a contabilização de uma, de um idoso de 86 anos, mas a administração confirmou uma segunda em investigação até a data de hoje.
O contingente de confirmações da doença na 16ª semana epidemiológica é 4,2 vezes maior do que no mesmo período do ano passado (483 casos), então recordista. 2024, aliás, já havia sido 160% maior do que em 2022, então o ano com mais confirmações. Em todo o ano de 2024, Viamão teve 1.048 casos de dengue, ou seja, os primeiros 100 dias de 2025 já praticamente têm o dobro de confirmados na relação com o ano anterior inteiro.
O município decretou situação de emergência no final de março e a conta já está em R$ 1 milhão para, entre outras ações, possibilitar a instalação de um hospital de campanha 24h do Exército, que hoje funciona ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, e vê os pacientes se acumularem a taxas alarmantes. Hoje, a cada dez pessoas confirmadas com dengue no Rio Grande do Sul, quase três moram em Viamão, concentrando 28% do total. O município é líder absoluto neste ranking, com 800 confirmações a mais do que Porto Alegre, que tem população quase seis vezes maior.
“Vimos que a UPA não daria mais conta, e não teríamos mais condições físicas ou financeiras de expandir nossos atendimentos. Não estávamos preparados para esta quantidade de pessoas adoecendo ao mesmo tempo”, resume a secretária Municipal da Saúde, Michele Galvão.
“Somente um médico a mais dentro da UPA por 24 horas custa R$ 120 mil por mês. Mas uma coisa que nos ajudou foi que percebemos tudo isto rapidamente”, complementa. Observando os gráficos, é possível perceber que o platô dos casos acumulados no município geralmente é atingido por volta da 20º semana epidemiológica, em meados de maio.