Famurs e Femergs discutem impasses com o IPE e alternativas para garantir atendimento aos servidores municipais

A presidente da Famurs, Adriane Perin de Oliveira, recebeu nesta terça-feira (1º/07) a presidente da Federação dos Municipários do Estado do RS (Femergs), Clarice Inês Mainard, e sua comitiva para tratar dos novos contratos com o IPE Saúde e do futuro do atendimento aos servidores municipais gaúchos.

Clarice destacou que o foco da Femergs é garantir qualidade no acesso à saúde dos funcionários públicos municipais, e que o IPE não é um plano de saúde regulamentado, o que gera insegurança para os beneficiários. Ela ressaltou que “mais vale uma saúde organizada do que um plano sem regulamentação”, e colocou o sindicato à disposição da Famurs para buscar alternativas fora do IPE, se necessário, visando o atendimento de mais de um milhão de servidores municipais e seus dependentes.

O coordenador da área técnica de saúde da Famurs, Paulo Azeredo Filho, relembrou que a Famurs já havia alertado sobre os riscos antes mesmo da mudança na lei em 2023. E ressaltou que, embora o IPE seja voltado prioritariamente aos servidores estaduais, 20% dos beneficiários são municipais, e a Famurs não possui assento no conselho deliberativo do IPE, o que dificulta a defesa dos interesses dos gestores municipais. E ainda afirmou que muitos médicos, em especial os do interior, preferem atender outros planos em vez do IPE, devido à defasagem dos valores repassados pelo plano. Também existe a dificuldade junto à rede hospitalar para muitos serviços que acabam não subsidiando a necessidade dos servidores.

A presidente Adriane afirmou que tentará mais uma vez abrir espaço no conselho do IPE, e sugeriu que a Femergs também reforce essa pauta, pois é imprescindível ter um representante dos municípios. Paulo Azeredo Filho informou também que a Famurs já está buscando outras operadoras de saúde, como Unimed, Amil e Porto Seguro, mas destacou que qualquer negociação exige um levantamento preciso do número de vidas (servidores e dependentes) interessados. Adriane relatou que a Famurs está realizando o próprio estudo para subsidiar essas decisões dos gestores.

Atualmente, 20 municípios ainda não renovaram o contrato com o IPE e têm 15 dias para definir a situação. Mesmo para os que renovaram, Adriane lembrou que a opção de migrar para outro plano permanece, já que, após os 24 meses de vigência do contrato, poderão optar por novas alternativas.

A Famurs reafirma que continuará estudando opções para garantir atendimento de qualidade aos servidores municipais, fortalecendo o diálogo com todas as entidades envolvidas.

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